terça-feira, 17 de março de 2009

Robert Capa

Húngaro, nascido em 1913, Robert Capa se notabilizou por ser um dos mais importantes fotógrafos de guerra de todos os tempos. Presente em muitos conflitos da primeira metade do século XX, começou sua carreira em 1931, após se exilar na Alemanha, saindo da Hungria após ser fichado por associações com a esquerda ainda no secundário.


Em Berlim, estuda ciências políticas e entra para a Deutscher Photodienst, tida como a maior agência de fotojornalismo alemão da época.


Judeu, com o aparecimento do nazismo em 1932, teve novamente que sair de um país, indo para Viena e Paris. Em 1934 conhece Gerda Taro, uma refugiada alemã, e cria com a ajuda dela seu pseudônimo sob o nome de Robert Capa, que teoricamente seria um renomado fotógrafo americano, recém chegado à Europa, conseguindo assim notoriedade imediata. Se juntou à ela, também fotógrafa, para fotografar, em 1936, a Guera Civil Espanhola, se mudando para o país.


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Robert Capa, por Gerda Taro.


Gerda Taro morre em 1937, no fronte de batalha, aos 27 anos, sendo enterrada na França, com honras de heroína republicana. É atualmente um símbolo do fotojornalismo, apesar do curto tempo de trabalho, devido a seu significado para a profissão e sua vida.


Já em 1938, Capa fotografa o conflito sino-japonês, na China, só retornando à Espanha em 1940, indo logo em seguida para o Estados Unidos, onde começa a trabalhar na conceituada revista Life.


Em 6 de junho de 1944, às 6:30hs da manhã, em um dia nublado, chuvoso e complicado, fez um de seus maiores trabalhos, desembarcando junto com as tropas na Normandia, no chamado Dia D da Segunda Guerra Mundial. Essa batalha já foi retratada em inúmeros filmes, livros e até jogos de videogame, e é considerada uma das batalhas chave da Segunda Guerra, com mais de 4000 mortes . Muitas das fotos feitas neste dia foram perdidas, porém o registro da batalha foi feito e algumas fotos sobreviveram ao tempo, mostrando o horror da guerra, direto do front para as revistas e jornais.


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Omaha Beach, Normandia, França.


Anos depois, em 1947, com David Seymour, Cartier-Bresson e George Rodger, fundou a agência Magnum, em Paris, e com o sucesso da empreitada, outros cinco fotógrafos se juntaram à agência: Ernest Hass, Werner Bischop, René Burri, Inge Morath e Cornell Capa, irmão de Robert. A agência é considerada a mais importante de todos os tempos no fotojornalismo, e criou as bases para o formato de várias outras agências pelo mundo, inclusive no Brasil.


Disse um dia: "Se suas fotos não estão boas o suficiente, é porque não está perto o suficiente". Talvez estivesse seguindo esse ideal, quando em 25 de maio de 1954, durante sua cobertura da Guerra da Indochina, da qual foi voluntariamente. Morreu ao pisar em uma mina, e foi achado ainda com a câmera em mãos, com as pernas dilaceradas pelo incidente.


Em 1955, um ano após sua morte, foi criado pela revista Life e o Overseas Press Club o prêmio Robert Capa "para exímios fotógrafos com coragem e atuação excepcionais no exterior". Em 1974, com o objetivo de manter vivo o trabalho de seu irmão e outros fotojornalistas, Cornell Capa criou o International Center For Photography, na cidade de Nova York.


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Morte de Um Soldado Legalista (1936)


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4 comentários:

Miss Condessa de AlparGatas Domitila Cute Lil Kitty de Orleans e Bragança Krieger disse...

Não sei, não sou muito aficcionada por essa história de tranformar o pior do humano em arte.
Sempre acho que é uma coisa meio freak show.... E quem tem a cara de pau de mandar um fotógrafo pro meio da guerra, meu deus? Já não basta por em risco a vida de milhares de soldados?
Enfim, não questiono o trab do cara, apenas essa necessidade humana pelo sombrio transformada em arte....

Miss Condessa de AlparGatas Domitila Cute Lil Kitty de Orleans e Bragança Krieger disse...

fotografar a morte.... hum... tá, o belo da morte, morte em belo... tá, ok, tudo bem....
É preciso isso tb, ok....

Edu Martins disse...

No próximo post eu explico a função e a necessidade de um fotógrafo de guerra, e como isso influenciou o pensamento da sociedade.

Blog do Revisor disse...

Acho importantissimo o fotografo de guerra.Graças a esses cara pudemos ver os horrores da guerra que até então as pessoas só ouviam falar.
Fundamental.