segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Paris em 10 fotos

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terça-feira, 30 de junho de 2009

FotoRio 2009

Bom, o FotoRio está aí. Começou esses dias. Eu só fico sabendo das coisas sendo informado por uma cara amiga em uma lista de fotos, por que está muito mal divulgado.


Hoje fui a uma inauguração de exposição no CCC (Centro Cultural dos Correios), ali no Centro. O que vi me deixou com algumas questões, que gostaria de colocar aqui. Se alguém quiser responder, ou me explicar, que fique a vontade.


Em março, eu e mais três amigos nos reunimos com o objetivo de participar do FotoRio, como fazemos sempre que há este evento, a cada dois anos. Combinamos algumas coisas, e partimos atrás de informações. No site do Fotorio, não havia informação alguma sobre o evento, tendo ainda o site de 2007 exposto. Conseguimos achar em um blog, por sorte, a informação de que as inscrições estariam fechadas desde janeiro. Aí veio uma das dúvidas: como terminaram as inscrições em janeiro de 2009, se nem o site continha essa informação? Como eu poderia saber disso? Como todos os que expõe neste FotoRio ficaram sabendo disso?


Hoje, visitando o CCC, onde haviam 10 exposições sendo inauguradas, saí com outras questões. Conversando por lá com um funcionário do FotoRio, o qual tem contato direto com a organização, fui informado que era só entrar em contato com os organizadores, que ainda dava tempo. Pois bem, aí entra uma questão minha: fui informado disso por amizade ou o FotoRio está aberto de fato para qualquer um? Digo isso por que me soou, infelizmente, muito desorganizado. Não há folder impresso ainda com o programa do evento, não há desde o início do ano nenhuma informação no site, então como eu poderia ter alguma informação, exceto sendo próximo ou tendo informação boca-a-boca de alguém do FotoRio?


O FotoRio não perde nada com a minha não participação, mas o contrário aconteceu. Gostaria de ter participado, como fiz em 2005 e 2007, e estava me programando para 2009, mas do jeito que as informações ficaram escondidas, não houve como. E não concordo com essa dica de falar com os organizadores. Não é a coisa certa. Por que não havia no site do evento informação sobre inscrição ou sobre como participar com algum evento? Lembrei que nos outros dois anos fiquei sabendo por que estava em 2005 estudando fotografia e uma parte da organização estava em constante contato com a gente, e em 2007 pelo mesmo motivo. Em ambas não foi necessário qualquer esforço para participar, já que soubemos lá de dentro como as coisas iam funcionar durante o evento. Não soube que havia esta dificuldade, quando se está de fora.


Outra questão é de gosto pessoal: qual o critério para se conseguir lugares para expor seu trabalho? e até que ponto seu trabalho tem qualidade para ser exposto? Não digo isso por ter achado uma ou outra exposição ruim, mas por ter visto duas coisas que me incomodaram bastante nesta exposição do CCC: um das partes de uma exposição tinha diversas fotos pequenas, como um mosaico, porém todas pixeladas, muito pixeladas, e na minha opinião, sem nenhuma qualidade que justificasse conseguir o espaço que conseguiram e o destaque que tem. A outra coisa que vi foi uma das exposições com fotos em tamanho 10X15. Não há limites para a criatividade, e claro, podemos expor fotos com dois metros ou com cinco centímetros, mas até que poto elas tinham o merecimento de estar onde estavam. Enquanto obesrvava a exposição, esse fato foi levantado por alguém que também olhava as mesmas fotos. Não sei se 10X15 é um tamanho ideal para se mostrar qualquer trabalho, ainda mais no lugar onde ele está exposto. Não é crítica às fotos, não ouso fazer isso, mas sim a parte logística da coisa.


Espero que ententam as pessoas que leem isto aqui, que não estou de forma algum criticando as exposições, mas sim a organização do evento, que no meu ponto de vista foi falha e distante do grande público.


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sábado, 23 de maio de 2009

Click

Descobri através do blog da Sônia Bittencourt, que conheci tem pouco tempo e recomendo, uma dica ótima: o programa Click, da AllTV, sobre fotografia na Internet.


Passa todo domingo, 19hs, aqui. Segundo o site, "o programa Click trata-se de uma produção realizada por uma equipe de jornalistas e repórteres fotográficos, cujo objetivo é discutir e apresentar o universo da fotografia, suas realizações, seus profissionais e seus criadores geniais."


São entrevistas com fotógrafos, usando uma linguagem fácil, não muito técnica, e uma interação com o público muito boa, onde você pode dar dicas de pautas, perguntar, interagir de verdade.


No blog do programa você pode assitir edições antigas do mesmo.


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sexta-feira, 22 de maio de 2009

O Pioneiro Brasileiro

Muitos eventos que resultaram na invenção da fotografia como conhecemos hoje. A câmara escura, por exemplo, foi fundamental nesse processo, sendo utilizada por por artistas no século século XVI, como um auxílio para os esboços nas pinturas. A evolução da química, em paralelo, permitiu que processos de registro fossem desenvolvidos, como quando o cientista italiano Angelo Sala, em 1604, percebeu que um composto de prata escurecia ao Sol, supondo que esse efeito fosse gerado pelo calor. Foi então que Johann Heinrich Schulze, em 1724, determinou que era a prata halógena, convertida em prata metálica, e não o calor, que provocava o escurecimento.


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Reconhecidamente existem milhares de inventores de processos fotográficos ao longo da história, sendo Talbot, Daguerre e Niépce os mais conhecidos. A primeira fotografia reconhecida é de Niépce, em 1826, feita da janela de sua casa, utilizando uma placa de estanho com betume branco da Judéia que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Utilizando uma câmara escura e 8 horas de exposição, chegou ao seguinte resultado:


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No entanto, a palavra "fotografia" foi intentada por outro pioneiro: o franco-brasileiro Hércules Florence.


Nascido em Nice, 1804, tornou-se grumete aos 16 anos de idade, e com isso, passou por Mônaco, Holanda e Bélgica. Em 1824 aportou no Brasil, fixando residência e não mais voltando à Europa. Foi empregado como caixeiro em uma casa de roupas, mudando, logo a seguir, para o estabelecimento de outro francês, Pierre Plancher, proprietário de uma livraria e uma tipografia.


Informado de que um naturalista alemão, o Barão Georg Heinrich von Langsdorff, faria uma expedição pelo Brasil, incluindo até a Amazônia, e esta expedição precisava de um desenhista, Florence ficou fascinado com a possibilidade de realizar esta viagem, conseguindo ser contratado por seu talento com desenho e conhecimentos de cartografia. A expedição durou de 1825 a 1829, e coube a Florence o relato completo desta, assim como a maior parte da documentação iconográfica. Esta coleção de registros sobre a natureza e os índios das regiões visitadas por Florence é de valor inestimável para estudos antropológicos e etnográficos. Após sua volta, casa-se com Maria Angélica Vasconcelos, filha de importante político paulista, indo morar na vila de São Carlos, em Campinas.


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Desejando publicar um estudo que fizera sobre sons emitidos por animais, produto de observações anotadas durante a expedição (o qual intitulou "zoophonie"), se deparou com a falta de oficinas impressoras em São Paulo. Decidiu então inventar seu próprio método de impressão, a Poligraphie, e em 1832, já se encontrava estabelecido comercialmente oferecendo ao público seus escritos e desenhos.


Com a observação do descolorimento que sofriam os tecidos expostos à luz do sol e informado pelo jovem boticário Joaquim Correia de Melo das propriedades do nitrato de prata, deu início às suas pesquisas sobre fotografia. Suas primeiras experiências com a câmara obscura datam de janeiro de 1833 e encontram-se registradas no manuscrito "Livre d'Annotations et de Premier Matériaux". O exame detalhado desse manuscrito por Boris Kossoy, mais de um século após, o levou a comprovar o emprego pioneiro de Florence da palavra "photographie", pelo menos cinco anos antes que a palavra fosse utilizada na Europa.


Florence foi ainda pioneiro da imprensa em Campinas ao fundar, em 1836, O Paulista, primeiro jornal do interior de São Paulo.


A proliferação em Campinas de bilhetes de banco falsos o motivou a inventar um método de impressão para evitar falsificações.


Em 1847, Florence descreveu o emprego dos "Typo-sílabas", idéia precursora da taquigrafia.


Divorciou-se de sua primeira esposa em 17 de janeiro de 1850, e se casou novamente com Carolina Krug, com a qual teve sete filhos. O casamento ocorreu em 4 de janeiro de 1854.


Em 1860 inventou a "pulvografia", a impressão por meio do pó.


Em 1877 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, falecendo dois anos depois, em março de 1879.


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domingo, 10 de maio de 2009

Dorothea Lange

Fotojornalista americana, muito conhecida por seu trabalho documental durante a Grande Depressão, nos anos 30.


Nascida em 1895, estudou fotografia em Nova York, e em 1919, já morando em San Francisco, montou um estúdio de retratos com relativo sucesso. Em 1920, casa com o pintor Maynard Dixon, com quem tem dois filhos, em 1925 e 1929.


Com a Grande Depressão, Lange vai às ruas, saindo de seu estúdio e começando a fazer fotos externas. Seu traballho com desempregados e sem-teto chama a atenção de outros fotógrafos, e a leva a trabalhar para a Resettlement Administration, fundação do governo americano que realocava famílias urbanas e rurais em situação de miséria. Mais tarde essa fundação foi renomeada para Farm Security Administration, onde faziam essencialmente o mesmo serviço, mas mais voltado para a pobreza rural.


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Em 1935, Lange se divorciou de seu primeiro marido e casou com Paul Schuster Taylor, professor de economia na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Juntos, documentaram a exploração de imigrantes e trabalhadores rurais por cinco anos seguidos, com Taylor fazendo o trabalho textual, e Lange documentando com sua fotografia.


Seu trabalho documental com pobres e esquecidos, em particular na área rural, para a Resettlement Administration e Farm Secutiry Admninistration, faz com estes comecem a ser notados pela opinião pública. Suas fotos são distribuidas em jornais por todo os Estados Unidos, e se tornam ícones daquela época.


Sua fotografia mais conhecida é a "Migrant Mother". A mulher da foto se chama Florence Owens Thompson, e sobre ela e essa sessão de fotos, Lange disse em 1960:


"Eu vi e abordei a mãe desesperada e faminta, como se atraída por um imã. Não lembro como expliquei minha presença ou minha câmera para ela, mas lembro que ela não me fez perguntas. Não perguntei seu nome ou sua história. Ela me disse sua idade, que tinha 32 anos. Disse que estavam vivendo de vegetais congelados dos campos aos arredores e de pássaros que as crianças haviam matado. Ela havia acabado de vender os pneus de seu carro para comprar comida. Ela se sentou naquela tenda com suas crianças a cercando, e parecia saber que minhas fotos poderiam lhe ajudar, então ela me ajudou."


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Algumas outras fotos feitsas neste momento se encontram aqui .


Em 1941, Lange ganhou o Guggenheim Fellowship por sua excelência em fotografia. Com o ataque em Pearl Harbor, desistiu de sua premiação e para documentar a evacuação forçada de descendentes de japoneses nos Estados Unidos para campos de realocação. Sua foto de crianças japonesas americanas prestando juramento a bandeira antes de serem realocadas lembrou a muitos o ato de deter pessoas sem que tivessem cometido algum crime ou tivessem a chance de se defender, um ato arbitrário.


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Em 1945, Lange foi convidada por Ansel Adams para assumir o departamento de fotografia da California School of Fine Arts, e em 1952, fundou a revista fotográfica Aperture, falecendo em 1965, aos 70 anos, de câncer.


Em 2008, Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia, anunciou que Lange seria indicada ao Hall da Fama da Califórnia, localizado no Museu da Califórnia para a História, Mulheres e Artes. Em 15 de dezembro deste mesmo ano a cerimônia foi realizada e seu filho aceitou a honra da indicação em seu lugar.


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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Dois Cliques

A Globo.com tem um blog de fotografia situado em http://colunas.ego.globo.com/doiscliques/. Muito bom blog, fácil de ler, e não é preso à ensinar técnicas ou teorias, mas sim, mostrar fotos, comentar fotos de leitores e documentar trabalhos e o dia-a-dia dos fotógrafos do blog.


Eles tem uma sessão chamada Comente, onde, como o nome diz, comentam fotos dos leitores. Qualquer um pode enviar fotos, que eles selecionam ou não para serem mostradas na sessão. Esta foto minha foi publicada e comentada:


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Que bela foto!


O Edu fotografou com baixa velocidade, 1/30, e acompanhou com a câmera o movimento do salto. O resultado é uma imagem cheia de movimento. Se ele optasse pela alta velocidade teríamos o pulo congelado, mas nada de movimento. Pra quem gostou do efeito, tente fotografar, em baixa velocidade, pessoas andando de bicicleta, mas prepare-se para os testes. É bem difícil conseguir de primeira um clique assim.


Velocidade 1/30 / F32 / Iso 400


A reportagem completa está aqui.


De fato, como eles comentam, é muito difícil conseguir uma foto assim. Existem vários problemas e fatores a serem pensados em uma situação como essa, para se conseguir esse resultado:


O assunto está em alta velocidade. Para congelá-lo, e fazer uma foto tradicional, basta usar de velocidade, em detrimento de profundidade de campo (diafragma). Como eu queria o resultado contrário, uma imagem focada, mas mostrando movimento, precisei fazer exatamente o contrário que a teoria manda. Diafragma fechado, velocidade baixa e panning. Panning é basicamente quando se acompanha o assunto em velocidade, deixando-o focado, enquanto o resto da imagem gerada mostrará o movimento. É comum ver fotos assim em automobilismo e fotos de animais correndo em velocidade alta.


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terça-feira, 31 de março de 2009

Na Estrada SP

"Na Estrada - SP" é um projeto com o objetivo publicar um livro, website e uma exposição sobre a vida e o cotidiano dos caminhoneiros no estado de São Paulo. As fotos são de Ricardo Ferreira e Melina Resende, com pesquisa e texto de Murilo Lisboa.


O projeto tem como iniciativa ressaltar o papel do caminhoneiro na sociedade atual, trazer à cena cultural brasileira os motoristas e valorizá-los como um grupo social e contribuir para o aprofundamento da discussão e produção do registro imagético sobre os caminhoneiros.


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Fotos de Melina Resende e Ricardo Ferreira.


Ricardo Ferreira é fotógrafo desde 1996, e dá aula de processos fotográficos do séc XIX desde 1997. Leciona atualmente no Senac-SP. Tem outros dois livros publicados: "Embu", de 2003, e "Cubatão", de 2005. Além disso, tem exposições individuais e coletivas diversas. Atua também como laboratorista preto e branco desde 1995 e pesquisador de processos analógicos e digitais.


Melina Resende é fotógrafa graduada pela Faculdade Senac SP, com pós-graduação em Fotografia - Linguagem e Expressão, pela Universidade Cândido Mendes. Tem fotos publicadas no livro "Povos de São Paulo", e participou de diversas exposições coletivas, tais como "Caixa Preta", no MIS de São Paulo, "DiverCidades", no FotoRio 2007 e "Uma Centena de Olhares Sobre a Cidade Antropofágica", na Galeria Olido, em São Paulo. É também vendedora do rally fotográfico "FotoCross" em 2005, e do concurso "Cafés do Brasil", em 2003. Atua não só como fotógrafa, mas também como professora, arte-educadora e produtora cultural.


Você pode conhecê-los melhor aqui: Melina Resende - Multiply, Ricardo Ferreira - Multiply, Ricardo Ferreira - Flickr


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sexta-feira, 20 de março de 2009

War Photographer

Sobre o assunto do papel da fotografia nas guerras, recomendo que vejam este documentário.


"A pior coisa é perceber que como fotógrafo, estou me beneficiando da tragédia de alguém. Essa idéia me assombra. É algo com que eu tenho que lidar todo dia, porque sei que se tivesse deixado a verdadeira compaixão ser substituída por minha ambição pessoal, eu teria vendido minha alma." - James Natchwey


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O papel da fotografia nas guerras

Com o advento da fotografia, muito do mundo mudou, e se você parar para pensar, coisas que não eram vistas normalmente, ou somente através de pinturas, passaram a circular, e a comunicação passou a ter novas fontes de informação. Por um tempo, a fotografia foi vista como substituta da pintura, e a pintura teve que se reinventar. Basta bater as datas da invenção da fotografia, derivada das câmaras escuras da Idade Média, incrementada com química e paciência para pesquisar como "colar" uma imagem em uma superfície, e comparar com as datas dos movimentos de arte que surgiram em sequência.


A pintura era muito usada para retratar famílias, pessoas importantes, imagens sem muito comprometimento com o real ou mesmo sem a precisão do real, e com o advento da fotografia, passou a ser relegada a um segundo plano, a partir do momento que a técnica e tecnologia da fotografia não exigiam mais que alguns momentos para mostrar uma realidade muito maior que a pintura em tela. Cada fotografia é uma exposição de tempo, um fragmento do tempo suspenso e fixado em um suporte. Este tempo é sempre o presente.


O mesmo aconteceu com a guerra. A guerra era retratada de maneira heróica em pinturas, e não mostrava toda a realidade que acontecia no campo de batalha. Havia a dramatização da pintura, e a obra dependia exclusivamente do autor e sua motivação para tomar seu destino.


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Guerra Civil Americana. Autor não identificado.


A fotografia em guerra passou levar as pessoas uma outra realidade, não heróica, mas cruel, mostrando o que de fato era uma batalha, e como as coisas aconteciam no campo. A realidade perturbadora do que era uma guerra nunca havia chegado de fato ás pessoas, e talvez elas nunca tenham se dado conta do horror disso.


É fato que isso mudou com o advento da fotografia. Fotógrafos registravam a realidade independentemente do que acontecia. Continua, claro, a depender do que o autor quer registrar, mas as cenas não eram alteradas, dramatizadas da mesma forma que a pintura. A realidade passa a ser palpável. Não eram sujeitas á interpretação do autor, pois eram reflexo e registro do real. Milhares de pessoas morriam em uma guerra, a destruição era real, mas não era palpável á população.


Com isso, o horror da guerra foi mostrado a todos. Desde a Primeira Guerra Mundial, até a recente guerra da Bósnia, passando por rebeliões, revoltas civis, tudo é registrado e mostra ao mundo o horror da guerra, e tudo que acontece em um campo de batalha. A mente humana parece que funciona em choque, pois após isso, muito do que se pensa sobre guerras mudou.


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Crianças vietmanitas fogem de um ataque de bombas de napalm. Foto de Nick Ut, 1972.


Em 1985, pouco antes de se tornar membro da Agência Magnum, James Natchwey escreveu o seguinte, sobre a relevância de seu trabalho como fotógrafo de guerra:


Por que fotografar guerras?


Sempre houveram guerras. Uma guerra está explodindo neste exato momento no mundo. E há uma pequena razão para acreditar que essa guerra irá terminar no futuro. Quando o homem começou a ficar cada vez mais civilizado, seus meios de destruir o próximo ficaram cada vez mais eficientes, cruéis e devastadores. É possível pôr um fim a um comportamento humano que existe através da história por meio da fotografia? As proporções parecem ridiculamente desproporcionais. Ainda assim, essa idéia me motivou.


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Foto de James Natchwey.


"Todo o tempo em que estava lá, eu quis ir embora. Não queria ver isso. Poderia desistir e ir embora, or poderia lidar com a responsdabilidade de estar lá com a minha câmera". - James Natchwey


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terça-feira, 17 de março de 2009

Robert Capa

Húngaro, nascido em 1913, Robert Capa se notabilizou por ser um dos mais importantes fotógrafos de guerra de todos os tempos. Presente em muitos conflitos da primeira metade do século XX, começou sua carreira em 1931, após se exilar na Alemanha, saindo da Hungria após ser fichado por associações com a esquerda ainda no secundário.


Em Berlim, estuda ciências políticas e entra para a Deutscher Photodienst, tida como a maior agência de fotojornalismo alemão da época.


Judeu, com o aparecimento do nazismo em 1932, teve novamente que sair de um país, indo para Viena e Paris. Em 1934 conhece Gerda Taro, uma refugiada alemã, e cria com a ajuda dela seu pseudônimo sob o nome de Robert Capa, que teoricamente seria um renomado fotógrafo americano, recém chegado à Europa, conseguindo assim notoriedade imediata. Se juntou à ela, também fotógrafa, para fotografar, em 1936, a Guera Civil Espanhola, se mudando para o país.


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Robert Capa, por Gerda Taro.


Gerda Taro morre em 1937, no fronte de batalha, aos 27 anos, sendo enterrada na França, com honras de heroína republicana. É atualmente um símbolo do fotojornalismo, apesar do curto tempo de trabalho, devido a seu significado para a profissão e sua vida.


Já em 1938, Capa fotografa o conflito sino-japonês, na China, só retornando à Espanha em 1940, indo logo em seguida para o Estados Unidos, onde começa a trabalhar na conceituada revista Life.


Em 6 de junho de 1944, às 6:30hs da manhã, em um dia nublado, chuvoso e complicado, fez um de seus maiores trabalhos, desembarcando junto com as tropas na Normandia, no chamado Dia D da Segunda Guerra Mundial. Essa batalha já foi retratada em inúmeros filmes, livros e até jogos de videogame, e é considerada uma das batalhas chave da Segunda Guerra, com mais de 4000 mortes . Muitas das fotos feitas neste dia foram perdidas, porém o registro da batalha foi feito e algumas fotos sobreviveram ao tempo, mostrando o horror da guerra, direto do front para as revistas e jornais.


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Omaha Beach, Normandia, França.


Anos depois, em 1947, com David Seymour, Cartier-Bresson e George Rodger, fundou a agência Magnum, em Paris, e com o sucesso da empreitada, outros cinco fotógrafos se juntaram à agência: Ernest Hass, Werner Bischop, René Burri, Inge Morath e Cornell Capa, irmão de Robert. A agência é considerada a mais importante de todos os tempos no fotojornalismo, e criou as bases para o formato de várias outras agências pelo mundo, inclusive no Brasil.


Disse um dia: "Se suas fotos não estão boas o suficiente, é porque não está perto o suficiente". Talvez estivesse seguindo esse ideal, quando em 25 de maio de 1954, durante sua cobertura da Guerra da Indochina, da qual foi voluntariamente. Morreu ao pisar em uma mina, e foi achado ainda com a câmera em mãos, com as pernas dilaceradas pelo incidente.


Em 1955, um ano após sua morte, foi criado pela revista Life e o Overseas Press Club o prêmio Robert Capa "para exímios fotógrafos com coragem e atuação excepcionais no exterior". Em 1974, com o objetivo de manter vivo o trabalho de seu irmão e outros fotojornalistas, Cornell Capa criou o International Center For Photography, na cidade de Nova York.


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Morte de Um Soldado Legalista (1936)


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terça-feira, 10 de março de 2009

sexta-feira, 6 de março de 2009

Fando Y Lis - Um diálogo e uma cena

–Juguemos. Si yo soy un gran pianista.
–Si eres un gran pianista, y te corto un brazo... ¿Qué haces?
–Me dedico a pintar.
–Si eres un gran pintor, y te corto el otro brazo... ¿Qué haces?
–Me dedico a bailar.
–Si eres un gran bailarín y te corto las piernas... ¿Qué haces?
–Me dedico a cantar.
–Si eres un cantante y te corto la garganta... ¿Qué haces?
–Como estoy muerto, pido que con mi piel se fabrique un tambor.
–Y si quemo el tambor... ¿Qué haces?
–Me convierto en una nube que tome diferentes formas.
–Si la nube se disuelve... ¿Qué haces?
–Me convierto en lluvia, y hago que crezca la hierba.
–¡Ganaste! Me sentiré muy solo el día que no estés.
–Si algún día te sientes solo, busca la maravillosa ciudad de Tar.



Fando Y Lis (1968)

Realizado pelo diretor chileno Alejandro Jodorosky e baseado em uma peça teatral de Fernando Arrabal, Fando Y Lis conta a história do casal do título, onde Fando é namorado de Lis, que é paraplégica. Ele a carrega em um carrinho, e estão a procura da cidade mística de Tar, onde, segundo a lenda, todos os seus desejos se tornariam realidade. Durante o caminho seco, deserto e arenoso, encontram com vários personagens e se deparam com situações completamente inesperadas.


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Recheado de cenas metafóricas e surrealistas, ilusões e melancolia, e carregado de simbolismos, o filme trata do amor, do relacionamento, em busca de um paraíso inalcansável, todo calcado em alegorias, claramente inspirado e influenciado pelo cinema de Buñuel.


Uma curiosidade sobre o filme é que ele foi todo filmado no México, onde o filme causou uma controvérsia enorme, e o diretor chegou a ser ameaçado de morte e quase foi espancado.


Se teve interesse, pode conseguir assitir esse filme aqui.


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Pelas Ruas

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domingo, 1 de março de 2009

Duane Michals no Contacts

Aqui tem um video de 15 minutos sobre o trabalho do Duane Michals, sobre quem falei em um post dias atrás. Essa série de onde tiraram o video do Duane Michals se chama Contacts, e é composta por 3 DVDs, onde vários filmes de 15 minutos contam a história de inúmeros fotógrafos de todos os gêneros. Foi com este documentário que conheci o trabalho do Araki, fotógrafo japonês que com certeza vai ser tema de um futuro post.


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What Ever Happened to Baby Jane? (1962)

Baby Jane Hudson é uma estrela infantil, com produtos com seu nome sendo lançados a todo momento, shows lotados, enquanto Blanche, sua irmã, viva à sombra de sua fama. Pouco depois, quando adultas, Baby Jane Hudson está condenada ao ostracismo, enquanto, ironicamente, sua irmã Blanche se transforma em uma estrela do cinema. Saltando mais um pouco no tempo, quando ambas estão quase idosas, Blanche é forçada a viver em uma cadeira de rodas, paralítica, por causa de um acidente de carro, dependente de sua irmã para todos os tipos de cuidados especiais, enquanto Baby Jane começa cada vez mais a se apegar ao passado e pouco a pouco mostrar uma nova face a sua irmã.


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Suspense dramático, fatalmente entra em minha lista de melhores filmes de todos os tempos, onde Bette Davis e Joan Crawford travam quase um duelo, onde a atuação das duas é a arma principal. Muitos consideram a atuação de Bette Davis como uma das melhores de toda sua carreira, e não há como negar que as duas atrizes contracenando tomam para si toda a atenção. A história colabora, fazendo o epectador ficar preso á cadeira até o último minuto.


Uma curiosidade a respeito do filme é que Bette Davis e Joan Crawford realmente não se davam bem fora das telas. Bette Davis chegou a colocar uma máquina de Coca-Cola no estúdio onde o filme era feito, só para irritar Joan Crawford, que na época era uma das diretoras da Pepsi. Em cena, Bette Davis chuta de verdade Joan Crawford, enquanto Joan Crawford acrescentou pesos á sua roupa, em uma cena onde Bette Davis devia carregá-la, pois era paralítica. Assistindo ao filme, com uma verdadeira competição entre as duas personagens, e sabendo dessas curiosidades, você consegue entender de certa maneira o porquê de atuações tão perfeitas.


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Se alguém se interessar, e recomendo que se interessem muito, o torrent do filme é esse.


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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Chema Madoz

Aqui o que conta é o surrealismo, a criatividade. Espanhol, Chema Madoz possui um trabalho voltado para formas, levando a outro patamar os objetos usados em suas fotografias, geralmente feitas com uma Hasselblad. Recomendo o livro Chema Madoz: Objetos 1990-1999.


Nunca vou esquecer quando saí correndo do trabalho para assistir a uma palestra dele, em 2007, e no meio do caminho comecei a passar muito mal, saltando do ônibus e voltando para casa de táxi. Não sei se vou ter outra oportunidade como essa, que me parecia única, mas tendo, não vou deixar escapar como da outra vez.


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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

The Unknown (1927)

Como primeiro post sobre cinema, eu acho que não podia falar de outro filme. Não tinha como ser outro. Um dos meus preferidos, e naturalmente, por ser muito antigo, é totalmente desconhecido de quase todo mundo. Uma pena, pois tem um dos roteiros mais originais para um romance, e o filme inteiro é até hoje super atual e surpreendente. Não há nenhuma situação ou cena que seja um cliché até hoje em dia.


Conta a história de um ladrão, Alonzo, que se disfarça e trabalha como atirador de facas sem braços em um circo, fazendo seus crimes pela cidade a noite, e usando o fato "de nao ter braços" como "álibi", com a cobertura de seu amigo anão. Ele é apaixonado pela garota que usa como alvo no seu número, Nanon, garota essa interpretada pela Joan Crawford, que mais tarde fez "Whatever Happened to Baby Jane?", neste filme ainda uma pinup de 18 anos de idade. Por sua vez, essa garota tem pavor de homens, não suportando a idéia de ser agarrada por um, e é alvo do amor do "homem forte" do circo, que por várias vezes é rejeitado por ela, por tentar agarrá-la a força.


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Enfim, a história vai se desenrolando para um final bizarro, ainda mais para a época em que foi filmado, coisa que o Tod Browning gostava de fazer em seus filmes, vide Freaks, de alguns anos depois. Não é tão doentio quando Freaks, mas ainda assim, tem sua dose de bizarrices, talvez até por se passar em um circo, contar a história de uma aberração de circo, mesmo que uma aberração "fake", disfarçada para apenas dar golpes pela cidade, e ainda conta com uma das melhores atuações da história do cinema, feita por Lon Chaney.


Apesar de ser mudo, o filme é curto, com apenas 40 e poucos minutos, e fácil de ser assitido.


Aqui tem um torrent, se alguem quiser baixar o filme.


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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Duane Michals

Fotógrafo americano nascido em 1932, com um trabalho muito particular, explorando sequências onde mostrava acontecimentos geralmente lúdicos e que mexiam com a imaginação. Costumava se utilizar de textos, onde exprimia emoções, filosofias e pensamentos, sempre de maneira contemplativa.


Em seus trabalhos, a presença de alusões de cunho homossexual é bastante comum, mostrando muitas vezes corpos, flertes, situações onde o homem e seu corpo estão bastante presentes, de forma quase sempre sexual. Apesar disso, nunca foi um militante gay.


Realizou diversos trabalhos comerciais, com publicações na Vogue, Life, anúncios da Gap, Microsoft entre outros, e lançou mais de 20 livros com sua obra. No entanto, nunca teve um estúdio, preferindo fotografar as pessoas em seu próprio ambiente.


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There Are Things Here Not Seen In This Photograph


My shirt was wet with perspiration. The beer tasted good but I was still thirsty. Some drunk was talking loudly to another drunk about Nixon. I watched a roach walk slowly along the edge of a bar stool. On the juke box Glen Campbell began to sing about "Southern Nights." I had to go to the men's room. A derelict began to walk towards me to ask for money. It was time to leave.


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This photograph is my proof. There was that afternoon, when things were still good between us, and she embraced me, and we were so happy. It did happen, she did love me. Look see for yourself!


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No American has the right to impose his private morality on any other American.


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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Publicação

Essa foto vai ser publicada em breve na Fotografe Melhor:


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Quando fiz algumas fotos de nu, anos atrás, procurei sempre ângulos não usuais, justamente por que o assunto em questão já foi bastante explorado. Fazer algo que já foi feito é fácil. Difícil é fazer diferente, e foi isso que busquei nessa série de fotos.


Essas fotos me renderam uma exposição e uma entrevista ao site Aguarrás.


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Banalização da Fotografia

Já parou para pensar em quantas fotos você já tirou nesse último ano? Para muitas pessoas, foi muito mais do seus pais tiraram a vida inteira.

Antigamente, você viajava, comprava alguns filmes 36 poses, tirava suas fotos de momentos importantes, como festas de aniversário. Hoje em dia, uma visita do seu vizinho, sair para tomar um chope com seus amigos ou ir ao shopping já é motivo para um "filme" de 36 poses.

Quantas dessas fotos são realmente necessárias? O quanto disso não é só um impulso guiado pela facilidade de se adquirir uma quantidade enorme de fotos em pouco tempo?

Nova Velha Idéia

Depois de meses conversando e adiando sempre a idéia, veio um empurrão involuntário e decidi criar isso aqui. Vai durar? Não sei. Vai ter algum compromisso com periodiocidade? Também não sei.


De início, a idéia era um blog conjunto sobre fotografia, com a Driely e mais um pessoal, com críticas, dicas, mas por problemas de comunicação e falta de comprometimento normal, as coisas não andaram. Nos sabotamos antes mesmo do começo.


Involuntariamente tive um empurrão, então decidi juntar uma idéia antiga, acrescentar outras, mexer tudo e pousar aqui.


"Para Sua Córnea Comer" é uma idéia da Driely, e foi proposital usá-la aqui. Não é uma homenagem, mas uma apropriação que eu tenho certeza que ela aprovaria.


Então, de início, vai ser isso. Posts sobre foto, cinema, música, ou qualquer coisa aleatória.


Vamos lá.